Brasil do agro, país da fome: pensando estratégias para o desenvolvimento sustentável
Fecha
2022-04-29Autor
Alves Maciel, Mitali Daian
Troian, Alessandra
Vasconcelos de Oliveira, Sibele
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O Brasil é um dos principais produtores de alimentos e exportadores de commodities agrícolas da atualidade. Ao explorar os mercados externos, demonstra vantagens competitivas derivadas da aptidão produtiva aos agronegócios. Contudo, ao mesmo tempo em que o país se beneficia de supersafras e do aumento da produtividade da agricultura, parcela significativa de sua população convive com os problemas da fome e da insegurança alimentar. Esse cenário se distancia dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial do ODS-2, o qual se destina a acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável aos povos. Nesse sentido, tendo em conta a pluralidade das relações de produção na agricultura brasileira, o presente estudo discorre acerca da capacidade da agricultura familiar sustentar uma agricultura em bases sustentáveis, apresentando estratégias em atendimento ao ODS-2. Para isso, o estudo fez uso de pesquisa bibliográfica e levantamento de dados secundários divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Observatório do Clima. Evidencia-se que o modelo agroalimentar adotado no país produz grãos, pouco nutritivos e que não se destinam à alimentação da população nacional, contando com excessiva utilização de agrotóxicos e contribuindo de forma significativa para a emissão de gases de efeito estufa. Por outro lado, há a agricultura orgânica e agroecológica, praticada principalmente pela agricultura familiar, ofertando alimentos nutritivos e que promovem a segurança alimentar. Pelas particularidades, infere-se que o fomento à agricultura orgânica e agroecológica representa uma estratégia potencial para o cumprimento do ODS-2, com direcionamento mais próximo aos preceitos do desenvolvimento sustentável. Brazil is one of the main food producers and exporters of agricultural commodities today. In exploring foreign markets, it demonstrates competitive advantages derived from its productive aptitude for agribusiness. However, at the same time that the country benefits from super-crops and increased agricultural productivity, a significant portion of its population lives with the problems of hunger and food insecurity. This scenario is far from the Sustainable Development Goals (SDGs), especially SDG-2, which aims to end hunger, achieve food security, and promote sustainable agriculture to the people. In this sense, taking into account the plurality of production relations in Brazilian agriculture, this study discusses the ability of family farming to sustain agriculture on a sustainable basis, presenting strategies in response to SDG-2. To this end, the study made use of bibliographical research and survey of secondary data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics, Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply and Climate Observatory. It is evident that the agri-food model adopted in the country produces grains, which are not nutritious and are not intended for feeding the national population, relying on excessive use of pesticides and contributing significantly to the emission of greenhouse gases. On the other hand, there is the organic and agroecological agriculture, practiced mainly by family farmers, offering nutritious food and promoting food security. For these particularities, it is inferred that the promotion of organic and agroecological agriculture represents a potential strategy for the fulfillment of SDG-2, with a direction closer to the precepts of sustainable development.
